Álcool e sono estão envolvidos na maioria dos acidentes de trânsito.

A Direção Geral de Trânsito (DGT) e especialistas em segurança rodoviária voltam a focar-se em dois dos fatores mais letais nas estradas espanholas: o álcool e a fadiga.
Segundo dados da DGT (Direção-Geral de Trânsito), entre 30% e 50% dos acidentes fatais estão relacionados ao consumo de álcool. Além disso, estima-se que, a cada ano, 75 pessoas morram e 250 fiquem feridas em acidentes onde a falta de sono pode ter sido um fator determinante.
Apesar desses números, persiste uma "percepção de risco deficiente" entre os motoristas. Especialistas da empresa de aluguel flexível Alquiber alertam que o único nível seguro de álcool é 0,0 g/l, desmistificando o mito de que apenas o consumo elevado é perigoso.
Mesmo níveis baixos de álcool dobram a probabilidade de uma colisão, e o consumo moderado pode levar à perda da percepção de risco.
Em relação à sonolência, a DGT (Direção Geral de Trânsito) indica que ela é a segunda causa mais comum de acidentes, depois do álcool. Um motorista que dormiu entre quatro e cinco horas quadruplica o risco de acidente, e para quem dormiu menos de quatro horas, o risco aumenta onze vezes. A recomendação dos especialistas é clara: tolerância zero ao álcool e à sonolência ao dirigir. Embora existam tecnologias de detecção, como bafômetros e sistemas de monitoramento de fadiga, sua eficácia depende da conscientização do motorista para tomar medidas preventivas.
Em outra frente de segurança viária, os acidentes de trânsito envolvendo animais dobraram na última década, representando um terço dos acidentes rodoviários registrados em vias intermunicipais. Em 2024, foram registrados 36.000 acidentes envolvendo animais, embora 98% deles tenham causado apenas danos materiais, com baixa incidência de ferimentos graves ou mortes.
Por esse motivo, a DGT (Direção-Geral de Trânsito) lançou um guia, enquadrado na Estratégia de Segurança Rodoviária 2030, que visa fornecer aos gestores de infraestruturas ferramentas e melhores práticas. O Diretor-Geral de Trânsito, Pere Navarro, enfatizou que "a segurança rodoviária não pode mais ser concebida sem levar em conta a interação entre infraestrutura e biodiversidade". Para tanto, o Ministério dos Transportes e Mobilidade Sustentável definiu os Troços com Acidentes Rodoviários Particularmente Frequentes com Animais (TEFIVA), com 150 troços identificados e sinalizados na rede rodoviária nacional até 2023. Além disso, a DGT lançará um teste piloto para integrar o TEFIVA no DGT 3.0, permitindo que os sistemas de navegação informem e alertem os condutores em tempo real sobre troços com a presença de animais, especialmente javalis e corças.
Por fim, a recente campanha de fiscalização da DGT, realizada entre 23 e 29 de junho, revelou um alarmante descumprimento das normas em zonas de obras em estradas interurbanas. Dos 240.170 veículos inspecionados, 14.964 foram autuados, e a principal infração foi o excesso de velocidade, que representou 86% dos casos. Isso significa que apenas 10% dos motoristas respeitavam o limite de velocidade nesses trechos.
Em 2024, foram registrados 142 acidentes relacionados a obras, dos quais 23 envolveram pedestres. Além do excesso de velocidade, a campanha detectou outras infrações preocupantes, como 462 autos de infração por desrespeito à sinalização de trânsito (de policiais, trabalhadores ou sinalizadores), 114 por ultrapassagem ilegal, 174 por uso de celular, 175 por descumprimento de sistemas de segurança e 63 por consumo de álcool ou 50 por uso de drogas ao dirigir.
Esses dados reforçam a necessidade de maior conscientização e respeito à segurança dos trabalhadores e ao fluxo do trânsito nessas áreas de risco.
ABC.es