Carros elétricos usados estão ao alcance de apenas 2 em cada 10 compradores.

O mercado de carros elétricos usados na Espanha está apresentando um crescimento significativo. No primeiro semestre do ano, o preço médio desses veículos caiu 12%, atingindo € 30.943, de acordo com dados do estudo Electricar VO, apresentado pela Associação Nacional de Vendedores e Reparadores de Veículos (GANVAM). Essa queda significativa de preço está atuando como um poderoso impulsionador do crescimento do setor.
Como resultado, as vendas de veículos elétricos usados aumentaram quase 52% no primeiro semestre do ano, atingindo 12.967 unidades.
Esse aumento se deve em grande parte à forte demanda por modelos entre um e três anos de fabricação, cujas vendas aumentaram impressionantes 65,5% até junho, respondendo agora por 33% do mercado.
A oferta de carros elétricos usados também cresceu 14,4%, contribuindo para essa redução de preço, enquanto a demanda aumentou 27,4%, confirmando o crescente interesse do consumidor.
Apesar desse dinamismo, um carro elétrico usado continua sendo uma opção distante para a maioria dos motoristas espanhóis. O estudo "Tendências de Compra de Veículos Elétricos" da coches.net revela que apenas 18% dos motoristas consideram comprar um.
A principal barreira é econômica: enquanto o preço médio pedido gira em torno de € 30.000, o orçamento médio do comprador é de € 23.330, o que representa uma diferença de quase € 7.000. Essa diferença econômica ressalta a necessidade de auxílios mais eficazes para colmatar essa lacuna e tornar a mobilidade com zero emissões verdadeiramente acessível.
O Plano MOVES, projetado para promover a eletromobilidade, ainda tem bastante espaço para melhorias. Quarenta e sete por cento dos motoristas afirmam que o auxílio atual não influencia sua decisão de compra, e um em cada cinco sequer sabe da sua existência. Além disso, o selo ECO ou ZERO não é um fator determinante para 41% dos compradores, sendo o preço o fator decisivo na escolha.
Diante dessa situação, a GANVAM insta as autoridades a reformularem os incentivos, de forma clara e prioritária, incluindo o mercado de veículos elétricos usados, especialmente aqueles com até 36 meses de uso. Argumentam que essa é uma "maneira realista e eficaz de democratizar a mobilidade elétrica", já que esses modelos podem custar até 50% menos do que os novos.
"Medidas como zonas de baixa emissão estão tendo um impacto limitado nas decisões de compra porque, na prática, são regressivas e penalizam rendas mais baixas", dizem eles.
A GANVAM insiste que "não basta proibir carros mais antigos e poluentes.
O lógico é facilitar as condições para tornar a mobilidade com emissão zero uma opção acessível, o que exige planos de incentivo eficazes que incluam apoio a carros elétricos usados.
ABC.es