Diretor de Recursos Humanos deixa a VW: Volkswagen demite Gunnar Kilian

O motivo alegado foi uma divergência de opiniões sobre a gestão de empresas de investimento. Thomas Schäfer, atual CEO da marca Volkswagen, assumirá interinamente a gestão do departamento de recursos humanos.
Kilian foi membro do Conselho Executivo do Grupo por mais de sete anos e era considerado um gestor bem relacionado, com laços estreitos com o sindicato IG Metall. Anteriormente, ocupou diversos cargos na empresa, incluindo o de porta-voz do Conselho de Trabalhadores do Grupo e, posteriormente, o de diretor-geral deste órgão. Ele também trabalhou no círculo do ex-presidente do Conselho de Supervisão, Ferdinand Piëch, como chefe do escritório de Salzburgo. Kilian foi nomeado para o Conselho Executivo em abril de 2018.
Segundo a Volkswagen, Kilian moldou significativamente o departamento de recursos humanos nos últimos anos. O presidente do Conselho de Supervisão, Hans Dieter Pötsch, elogiou seu trabalho e afirmou que Kilian compartilhou a responsabilidade pela reorientação do departamento de recursos humanos e da divisão de veículos comerciais. O CEO Oliver Blume enfatizou que Kilian, com seu conhecimento detalhado das estruturas e processos do Grupo, deu um importante impulso para o futuro.
Nos bastidores, porém, a relação entre Kilian e partes do conselho de trabalhadores foi recentemente considerada bastante tensa. Segundo informações de fontes da empresa, os representantes dos trabalhadores no conselho fiscal não estavam mais dispostos a renovar o contrato de Kilian. Como explicou a presidente do conselho de trabalhadores, Daniela Cavallo, em uma edição especial interna da revista dos trabalhadores, houve divergências fundamentais sobre questões-chave. A forma como Kilian lidou com os cortes de pessoal foi particularmente criticada. Segundo Cavallo, seu nome "estará sempre associado à rescisão do nosso acordo coletivo de trabalho no ano passado". Ela deixou claro que os representantes dos trabalhadores esperavam mais resistência dele contra os cortes.
Também houve, segundo relatos, recorrentes desentendimentos em relação à gestão de subsidiárias como a MAN Energy Solutions, onde Kilian presidia o conselho fiscal. Uma decisão anterior de manter a divisão industrial, já consolidada no grupo, aparentemente voltou a ser discutida. Observadores veem isso como mais uma evidência das crescentes tensões entre o conselho executivo e o conselho fiscal.
A mudança de pessoal ocorre durante uma fase de reestruturação abrangente. A empresa está em meio a um amplo programa de corte de custos que deve eliminar até 35.000 empregos. Embora demissões estejam descartadas, o plano está sendo discutido internamente de forma controversa. Os cortes de empregos serão implementados principalmente por meio de programas de aposentadoria parcial e indenização por rescisão. Cerca de 130.000 funcionários são afetados somente na Alemanha; a empresa possui aproximadamente 680.000 funcionários em todo o mundo.
A saída de Kilian, portanto, também simboliza uma mudança de direção dentro da empresa. Embora em seu cargo anterior fosse considerado um elo entre a gerência e os representantes dos funcionários, recentemente foi acusado de ser muito próximo da liderança da empresa – em detrimento dos interesses dos funcionários. O confidente de longa data do ex-presidente do conselho de trabalhadores Bernd Osterloh havia se consolidado ao longo dos anos como um influente mediador dentro da empresa. Esse apoio agora parece ter sido retirado definitivamente.
Segundo o "tagesschau.de", o Ministro-Presidente da Baixa Saxônia, Olaf Lies, lamentou a saída de Kilian. Ele afirmou que sempre trabalhou de forma construtiva com ele e reconheceu suas conquistas. No entanto, compreendeu os motivos da decisão. O IG Metall também sinalizou que a busca por um sucessor permanente era agora uma prioridade máxima. Como de costume, o próprio sindicato apresentaria propostas para a nova nomeação ao conselho.
A nomeação de Thomas Schäfer como chefe interino do departamento de recursos humanos é considerada uma solução temporária. Ao mesmo tempo, Arne Meiswinkel, chefe de recursos humanos da marca Volkswagen, estará mais envolvido em questões estratégicas. Um sucessor permanente ainda não foi nomeado. Segundo fontes da empresa, o momento da decisão também dependerá das discussões dentro do conselho de supervisão e com o sindicato IG Metall.
A exposição de fotos mostra os membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal do Grupo VW.
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