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Colete de resfriamento da FIA: por que nem todas as equipes podem usá-lo

Colete de resfriamento da FIA: por que nem todas as equipes podem usá-lo

(Motorsport-Total.com) - A discussão sobre coletes de resfriamento na Fórmula 1 e seu impacto no peso do veículo continua. A medida foi explicitamente acolhida como uma contribuição para a saúde dos motoristas, mas sua implementação causou descontentamento. (O Segredo do Colete Resfriador)

Colete de resfriamento para piloto do fabricante Chillout Motorsport Zoom Download

Porque: O sistema de arrefecimento pesa muito, mas a compensação de peso de acordo com os regulamentos só se aplica quando a temperatura ambiente atinge 31 graus Celsius - na quinta-feira anterior à corrida. Se você quiser usá-los em climas mais frios, terá que carregar alguns quilos a mais ou economizar peso no seu carro de alguma outra forma.

Equipes que já operam seus carros apenas com lastro no peso mínimo de 798 quilos podem se dar ao luxo dessa flexibilidade. Outras, como a Haas, não têm essa flexibilidade.

"Todo o sistema é pesado", diz Oliver Bearman, que testou o colete de resfriamento durante um treinamento em Jidá, entre outros lugares. "Estamos tentando extrair o máximo desempenho do carro. Não se trata de torná-lo mais leve para acomodar o colete de resfriamento — mas, infelizmente, temos que abrir mão dele no momento, porque o limite de peso não nos deixa outra opção."

Um problema com o sistema e o registro de data e hora

A regra atual da FIA estipula: se uma temperatura externa de 31 graus Celsius ou mais for medida na quinta-feira de um fim de semana de Grande Prêmio, o peso mínimo será aumentado em cinco quilos para permitir o uso do colete de resfriamento sem causar qualquer desvantagem.

Mas esse valor não foi atingido nenhuma vez nesta temporada. Mesmo no Grande Prêmio da Arábia Saudita, embora estivesse significativamente mais quente no dia da corrida do que na quinta-feira, o regulamento permaneceu inalterado.

"Se eles nunca declararem que o clima está quente o suficiente, apenas metade dos times terá vantagem", critica Bearman. Ou seja, aqueles que podem se dar ao luxo de remover cinco quilos de lastro de seu carro. "Isso não me parece totalmente justo."

Seu chefe de equipe, Ayao Komatsu, também vê necessidade de ação: "Acho que a condição de gatilho deve ser revista novamente", diz o japonês. "A tecnologia funciona muito bem, desde que a mangueira aguente. Esteban [Ocon] estava cético no início, mas depois de usá-la, ficou totalmente convencido."

O piloto da Mercedes, George Russell, é um grande fã do colete e já o usou na corrida. Para ele, o benefício é claro: "Nossa cabine chegou a 60 graus Celsius. É como uma sauna lá dentro. Talvez devêssemos diminuir o limite de temperatura em alguns graus. A Arábia Saudita estava quente, o Bahrein estava quente, aqui em Miami também – mas nunca foi acionado."

Vantagem térmica apenas para pesos leves

O verdadeiro problema não é tanto a tecnologia em si: ela foi mais desenvolvida durante o inverno e, de acordo com Bearman, agora se encaixa muito melhor no assento depois que as conexões foram realocadas.

Na verdade, o problema é que o sistema só é prático para equipes sem problemas de peso se a temperatura na quinta-feira estiver abaixo de 31 graus. Enquanto a Mercedes e a Williams usam o colete regularmente nos treinos e, às vezes, nas corridas, a Haas não o utiliza.

"Se quisermos usá-los, isso é uma desvantagem", diz Bearman. Outras equipes podem simplesmente remover um pouco do lastro. Para nós, isso significa peso extra — e não podemos nos dar ao luxo disso na corrida.

Charles Leclerc também testou o sistema, mas só o usará em uma corrida quando estiver funcionando perfeitamente: "Eu experimentei uma vez e foi muito útil. Mas, para alguns pilotos, não durou na corrida — aí a água esquenta, e isso não ajuda ninguém."

Solução uniforme ainda não está à vista

Segundo informações do Motorsport Network, a FIA planeja tornar o colete de resfriamento obrigatório em altas temperaturas a partir de 2026. Até lá, a tecnologia será mais testada e sua integração aos cockpits otimizada.

Atualmente, não há planos para ajustar o limite de temperatura. Em vez disso, o órgão regulador mundial está considerando usar a previsão do tempo da manhã de domingo como referência para o dia da corrida no futuro, em vez da medição de quinta-feira.

Mas é justamente isso que está encontrando resistência das equipes, pois exigiria modificações de curto prazo na área do cockpit. A FIA, no entanto, está satisfeita com os 31 graus como limite. A palavra final ainda não foi dita sobre este assunto.

A única coisa clara é que algo tem que acontecer. "Seria desejável que todos tivessem as mesmas condições", diz Bearman. "Infelizmente, esse não é o caso no momento."

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