MotoGP: Jorge Martín confirma permanência na Aprilia para 2026

Depois de meses de incertezas, Jorge Martín confirmou oficialmente que continuará defendendo a Aprilia na temporada de 2026. A declaração foi feita nesta quinta-feira (17), em coletiva de imprensa no circuito de Brno, onde o atual campeão mundial retorna às pistas para o Grande Prêmio da República Tcheca após um período afastado por lesões graves.
O anúncio põe fim a uma novela iniciada quando o atual campeão mundial publicou nas redes sociais a intenção de acionar uma cláusula de saída ao fim de 2025. Em resposta, a Aprilia afirmou que ele tinha contrato vigente até 2026. Agora, o próprio espanhol reconhece que cogitou uma mudança, mas optou por permanecer:
“Na vida, temos de tomar decisões, e decidi ficar na Aprilia por mais uma temporada”.
O início da crise entre Martín e a equipe de Noale teve relação direta com seu estado físico. O piloto sofreu múltiplas lesões ainda na pré-temporada, agravadas por um acidente off-road às vésperas do primeiro GP. No Catar, já em sua volta, uma nova queda resultou em fraturas em mais de dez costelas. Esse período difícil abalou sua confiança e influenciou a tensão contratual.
Durante a coletiva, Martín revelou que outras equipes estavam no radar para 2026, incluindo a Honda. Ainda assim, explicou que a evolução da RS-GP nos últimos meses e os bons testes em Misano o convenceram a permanecer.
“As primeiras impressões não foram boas, afinal me machuquei. Mas agora vejo que a moto melhorou”, afirmou.
O campeão também abordou os bastidores da negociação, incluindo a postura firme da Aprilia e a intervenção de Carmelo Ezpeleta, diretor da Dorna, que alertou para o risco de não aceitar sua inscrição em caso de impasse.
“Respeito a posição dele. Ele é o chefe. E é isso”, resumiu.
Sobre o relacionamento com a equipe, Martín reconheceu que houve atritos, mas não vê motivos para se desculpar.
“Relacionamentos são como montanhas-russas. Tivemos uma grande briga, mas agora é hora de reconstruir juntos. Não me arrependo de nada, fiz o que achei melhor para mim”, defendeu.
Questionado sobre possíveis agradecimentos à Aprilia, o espanhol foi direto:
“Talvez no futuro, se vencermos juntos, eu possa agradecer ao Massimo por tudo que fez para me manter aqui”. Ele ainda insistiu que a cláusula de performance lhe dava respaldo para sair: “Não sou idiota”.
Por fim, o retorno à competição ainda é cercado de incertezas. Jorge admite que não sabe quanto tempo levará para recuperar o ritmo, mas está motivado. “Em nove meses, fiz apenas uma corrida. Tenho de ir com calma. Posso chegar em terceiro ou em vigésimo. Vamos ver. O importante é que estou de volta.”
Com a situação contratual resolvida e a saúde restabelecida, o #1 da MotoGP se prepara para recomeçar, agora com foco total na pista.
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