Os EUA reduzem as tarifas sobre carros europeus para 15%.

As tensões estão diminuindo na disputa comercial transatlântica entre Washington e Bruxelas. Um acordo-quadro foi publicado esta manhã, no qual os EUA se comprometeram a reduzir as tarifas sobre certos produtos europeus — incluindo automóveis — para 15% a partir de 1º de setembro, desde que a União Europeia implemente suas próprias reduções tarifárias.
Isso foi esclarecido esta manhã pelo Comissário Europeu para o Comércio, Maros Sefcovic. "Tenho o prazer de anunciar que cruzamos a linha de chegada rumo a um acordo justo e mutuamente benéfico entre a UE e os EUA. Queremos aproveitar o potencial econômico da nossa força conjunta."
A indústria automotiva europeia, em particular a alemã, temia o impacto dos impostos de fronteira sobre o país americano, visto que este representa um mercado considerável para seus produtos. Até então, os carros eram tributados à alíquota de 27,5% na entrada no país, e grupos
assim como BMW, Volkswagen e Mercedes-Benz alertaram sobre o prejuízo de bilhões de euros que isso representaria em seus resultados anuais.
Se a UE tomar as medidas solicitadas por Washington antes de setembro, as cotas que os fabricantes tiveram que assumir — alguns, como a Porsche, decidiram absorvê-las para que o preço de seus produtos não fosse afetado — poderão ser devolvidas retroativamente, a partir de 1º de agosto.
"De nossa parte, a Comissão está tomando medidas para eliminar tarifas sobre produtos industriais dos EUA e expandir o acesso para seus produtos agrícolas e frutos do mar", disse Sefcovic.
Além disso, espera-se que as empresas europeias também invistam cerca de US$ 600 bilhões nos EUA até 2028, além de aumentar os gastos com defesa e a interoperabilidade da OTAN.
A indústria automotiva alemã recebeu com satisfação a notícia. Sua associação, a VDA, declarou em um comunicado: "É um sinal positivo que um acordo tarifário tenha sido finalmente alcançado. As disposições para redução tarifária mútua são particularmente importantes para a indústria automotiva europeia; uma notícia crucial, visto que as taxas somaram bilhões de euros e dólares."
"Ao mesmo tempo", eles observam, "as próximas tarifas de 15% serão significativamente maiores do que os 2,5% originais para exportações para os EUA. O objetivo de longo prazo deve ser retornar a uma taxa tarifária mais baixa."
"Estamos confiantes de que este acordo impulsionará as relações transatlânticas", disse Hildegard Müller, presidente da VDA. "Os fabricantes alemães estão entre os maiores exportadores para os EUA, entregando cerca de 450.000 veículos no ano passado."
A disputa tarifária com os EUA deixou claro mais uma vez: a UE precisa encontrar um novo impulso econômico e tornar a estrutura europeia competitiva internacionalmente para empresas e investidores.
ABC.es