MotoGP - Não mais que 22 corridas de MotoGP! Lucio Cecchinello sobre seu novo papel como chefe da IRTA

Uma nova era está começando para a Associação Internacional de Equipes de Corrida de Rua, mais conhecida como IRTA. O chefe da Tech3, Hervé Poncharal, deixou o cargo de presidente da associação de equipes após várias décadas à frente . Seu sucessor não é menos conhecido no paddock da MotoGP : o chefe da LCR Honda, Lucio Cecchinello, assume o cargo. Veja como ele imagina seu novo papel.
Quer retribuir: Cecchinello assume o legado de Poncharal"Este esporte me proporcionou muito ao longo dos anos. Muita experiência, muita alegria, muitas emoções, muita satisfação e um estilo de vida maravilhoso. Aí você sente que chegou ao ponto de querer retribuir ao esporte", explicou o italiano em sua primeira entrevista como presidente da IRTA, explicando por que está concorrendo à sucessão de Poncharal.
Isso nunca havia sido necessário antes. "Hervé Poncharal representou a IRTA por tantos anos, e todos aqui têm grande respeito pelo que ele conquistou. Isso é particularmente evidente no fato de que, com exceção de uma vez — Michael Bartholemy, um ano atrás — ninguém concorreu contra ele à presidência. Então, todos ficaram satisfeitos com o trabalho de Hervé", continuou Cecchinello. Portanto, trata-se de uma substituição do francês por uma pessoa com a mesma mentalidade, não de uma mudança de paradigma.
Cecchinello destaca: IRTA continua sendo uma instituição democráticaA carga de trabalho extra não é um problema para o veterano da MotoGP: "O trabalho em si não me preocupa. Gosto do meu trabalho e não tenho problema em trabalhar algumas horas extras à noite. Também posso fazer minhas refeições na caravana, sem problemas." A questão é a dificuldade de chegar a um consenso: "Você está entre as equipes e os organizadores. Isso pode levar a situações desagradáveis."
Ele não se vê como um tomador de decisões, mas sim como um mediador. Também aqui, pretende imitar Poncharal: "O que quero manter é que a associação continue a ser uma instituição muito democrática. O presidente preside às reuniões do comité da IRTA. Este comité é composto por chefes de equipa de todas as equipas da MotoGP, além de dois representantes da Moto2, dois representantes da Moto3 e um representante de fornecedores como a Michelin. No entanto, o presidente não tem poder de decisão. Ele deve respeitar os pontos da ordem do dia e explicá-los. Depois, todos podem apresentar a sua opinião, e é realizada uma votação."
Novo presidente busca contato pessoal: Meu dever é conhecer os problemas"Não vou me pressionar para dizer ou fazer nada. Será sempre o resultado de uma decisão democrática", esclareceu o piloto de 55 anos. Mas ele quer ajudar e conseguir entender os colegas: "O que pretendo fazer é passar mais tempo com as outras pessoas envolvidas. Já tive uma conversa de uma hora com Paolo Pavesio [novo chefe da Yamaha na MotoGP, ndr.]. Ele ficou muito satisfeito com isso, porque ainda não sabe muito sobre a IRTA. Ele acabou de chegar aqui."
"Não sei com que frequência Hervé buscou o diálogo no passado, mas tentarei fazê-lo sempre que possível. Sinto que é meu dever identificar o máximo de ideias possível, bem como os problemas. Depois, é preciso equilibrar tudo isso com todas as partes envolvidas. Não será fácil, mas aceito o desafio", continuou o novo presidente. Ele também reiterou a necessidade do trabalho da IRTA: "Se a IRTA não existisse, a FIM provavelmente assumiria. Com todo o respeito, a FIM não enfrenta os mesmos problemas nem tem o conhecimento que os verdadeiros atores têm."
Calendário de grandes corridas da MotoGP: IRTA quer limitar a carga sobre as equipesUma dessas experiências gira em torno da pressão sobre pilotos e equipes. Aqui, ele quer esclarecer que deve haver um limite: "É verdade que o número de corridas é muito alto. Ao mesmo tempo, também é verdade que nossos organizadores [Dorna, nota do editor] estão sob grande pressão de acionistas e patrocinadores. Mas também vem dos fabricantes, que gostariam de correr em locais mais exóticos, onde há mercados atraentes. Já concordamos com Carmelo [Ezpeleta, nota do editor] que ele não planejará mais de 22 corridas." Ele ainda não revelou nenhuma outra iniciativa durante sua gestão. Cecchinello queria primeiro se adaptar à sua nova função.
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