"O braço longo" do sistema de iluminação: como funciona o farol alto?

O farol alto é e continuará sendo um elemento indispensável do equipamento de segurança nos carros.
(Foto: picture alliance/dpa)
De uma simples luz incandescente a um recurso de alta tecnologia antirreflexo: os faróis altos passaram por uma longa jornada de desenvolvimento tecnológico. E ainda não acabou.
Quando escurece e não há outros veículos na estrada, os motoristas costumam ligar o farol alto empurrando a alavanca esquerda da coluna de direção para a frente. Com um clique rápido, o horizonte do farol se estende, o campo de visão se expande e a estrada fica clara e ampla.
A complexidade técnica por trás dessa função clássica de farol alto pode parecer trivial à primeira vista. Mas, ao longo das décadas, o farol alto evoluiu para um recurso de segurança altamente desenvolvido que pode fazer muito mais do que apenas projetar um feixe de luz à distância.
O farol alto é, de certa forma, o "braço longo" do sistema de faróis. Ele permite que o motorista enxergue até 300 metros à frente à noite. Isso proporciona um espaço livre crucial, especialmente em altas velocidades. Ao contrário do farol baixo, que é rigidamente controlado, o farol alto pode se desdobrar livremente e projetar seu cone de luz diretamente e bem à frente. Isso ilumina a estrada de forma ampla e proativa, permitindo a identificação precoce de perigos.
Princípio simples, mas eficazTecnicamente falando, o farol alto clássico funciona de acordo com um princípio simples, mas eficaz: uma lâmpada – geralmente halógena – posiciona-se no ponto focal de um refletor. Isso foca a luz em um cone estreito e de longo alcance. Com lâmpadas de filamento duplo (por exemplo, H4), a mudança para o farol alto ativa o filamento separado do farol alto, com seu alcance mais longo.
Nos faróis modernos, essa função é realizada por módulos de farol alto separados ou chips de LED. A diferença em relação ao farol baixo não reside apenas na intensidade luminosa, mas sobretudo na direção desobstruída do feixe de luz: enquanto o farol baixo é blindado e plano, o farol alto brilha diretamente para a frente e para cima, sem obstrução. O farol alto clássico é ativado por um interruptor ou alavanca, que fecha o circuito correspondente à fonte de luz.
A história do farol alto começa com soluções bastante rudimentares. Nos primórdios do automóvel, no final do século XIX, lâmpadas de carboneto ou a gás forneciam apenas um brilho fraco, insuficiente para a condução noturna. Foi somente com a eletrificação dos carros, na década de 1910, que faróis com lâmpadas incandescentes e refletores passaram a ser utilizados. Mesmo então, era feita uma distinção entre a luz urbana fraca e a luz "total" das estradas rurais. Assim nasceu o farol alto.
Os primeiros faróis altos eletricamente comutáveis eram acionados por meio de um pedal; posteriormente, o interruptor foi transferido para o volante. Na década de 1960, a tecnologia halógena prevaleceu, sendo mais brilhante e duradoura que suas antecessoras. A década de 1990 viu um salto tecnológico com os faróis de xenônio, proporcionando iluminação mais brilhante e maior eficiência. Foi somente com o advento do LED e, posteriormente, da tecnologia a laser que os faróis altos se tornaram um recurso de alta tecnologia.
Ir para farol alto inteligenteO primeiro passo em direção aos faróis altos inteligentes foi o chamado sistema de farol alto automático, que utiliza sensores e câmeras para detectar se outros veículos estão no facho. Nesse caso, as luzes são ligadas ou desligadas automaticamente, sem que o motorista precise intervir ativamente. Isso garante que os outros usuários da via não sejam ofuscados, ao mesmo tempo em que o farol alto é usado com a maior frequência e eficiência possível.
O chamado farol alto sem ofuscamento, que permanece permanentemente ligado, vai um passo além. Ele utiliza módulos de LED compostos por elementos acionáveis individualmente. Se o sistema detectar um veículo se aproximando, apenas os segmentos que podem ofuscar o motorista são desativados. O restante do farol alto segmentado permanece brilhante. Isso permite dirigir com o farol alto ligado quase continuamente e desfrutar de uma visão clara sem incomodar os outros. Isso aumenta a visibilidade e, ao mesmo tempo, reduz a fadiga ao dirigir à noite.
Alguns fabricantes premium desenvolveram até mesmo um sistema de feixe alto a laser pronto para produção em série. Essa tecnologia utiliza feixes de laser reais, que utilizam um portador de fósforo, para gerar luz extremamente brilhante e precisa, com um alcance de até 600 metros. Essa tecnologia não é apenas particularmente compacta e eficiente, mas também estabelece novos padrões em termos de luminosidade. Apesar do brilho excepcional dessa variante de feixe alto, é improvável que ela ganhe aceitação no mercado. A luz laser é, entre outras coisas, muito cara. A luz de matriz LED, por outro lado, é significativamente mais barata, está em constante desenvolvimento e atende muito bem a muitos requisitos legais.
Os faróis altos continuarão sendo um componente central da iluminação de veículos no futuro. Isso também se aplica à direção autônoma. Uma boa visibilidade é essencial não apenas para humanos, mas também para os sensores dos veículos. Os sistemas iniciais indicam que a tecnologia de iluminação poderá ser usada para comunicação ativa no futuro. Por exemplo, sistemas de LED de alta resolução poderão projetar símbolos ou avisos na estrada para melhorar a orientação ou alertar pedestres. O controle preditivo da iluminação por meio de veículos em rede também é concebível, com os carros informando uns aos outros sobre sua posição e ajustando seus faróis altos de acordo.
Fonte: ntv.de, Mario Hommen, sp-x
n-tv.de